Planta-se flores,
Colhe-se dores.
Crava-se o espinho
e deixa-o. Sozinho.
Com tal zelo cuidou da rosa
Que bela e cheirosa
Cresceu.
Exalava tal encanto
Que acalmava o pranto
Do jardineiro seu.
Um belo dia, morre a flor
E sobrevive a esperança.
No peito, uma dor.
Na alma, a lembrança.
E num surto romântico
Chora o amor que não foi lhe dado.
Muito concedeu
E com pouco foi amado.
Mas jurou ser fiel
Ao que um dia plantou.
Apesar dos apesares,
Contrariando o que acabou.
Acabou? Sim.
É melhor pensar desse jeito
Para que fujam as mágoas do peito.
Mas o que é de verdade não acaba,
No máximo é deixado de lado.
A profundidade do que é sentido
É maior que o dano causado.
E ele - não o cravo - que saiu ferido,
Vive de novo, renovado.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
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