No consultório, eu e a analista.
Ela diva, eu divã.
Perguntou se estava à vista
O meu afã
De Septimus.
Disse que não sabia, ela disse que sim.
Passaram-se décimos,
Milênios, segundos.
Não sabia eu de nada.
"Sentimentos profundos,
Recalcados no seu inconsciente.
A linguagem fala, o sintoma grita.
A vida não é tristeza somente.
Essa dor, não a alimente."
É ridículo meu potencial suicida.
Queria ser Édipo, patricida,
Mas minha dor é burguesa:
Lágrimas postas à mesa,
Roupa suja (quase) lavada.
Minha dor podia ser o mundo,
Eu podia ser tudo,
Mas eu e ela somos nada.
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