Há sempre uma dor
dessas, uma bem sofrida
em cada vivido amor.
E sangue em cada rosa colhida.
Há sempre uma tristeza
despercebida no ar
quando a rosa, em sua beleza,
se deixa murchar.
Pois a tua mão bate
e o meu rosto apanha.
Há pétalas espalhadas por toda parte,
há sempre vítimas da nossa manha.
E minha mão levanta
para acariciar quem bateu.
Dentro de cada santo, há uma puta.
O meu espinho sempre fere alguém
(que não sou eu).
Em cada sol, há uma lua.
Sou livre, mas sou sempre tua.
Em cada visível beleza
esconde-se uma decadência
(posso ser amado, mas sempre há a carência).
Assim como atrás da sorte
há o azar.
E atrás da morte
o desabrochar.
Em cada nuvem, em cada céu,
em cada promessa de ser sempre seu.
Em cada tarde no florido jardim
(certamente sem mim).
Em cada rio, em cada mangue,
em cada rosa. Uma gota de sangue.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
gostei sabia! =]
ResponderExcluir