"Love is a form of prejudice"
Percebi que não posso mais cantar:
Não é a voz que me falta - é a musa.
Nenhuma força a me guiar,
Nenhum amante que me usa
Como eu queria ser usado por você.
Não fui, não vou e não quero
- Mentira. Ainda desejo
Aquele velho papo, "o calor do teu beijo"
- Não tem coisa mais cafona
Que a minha neura, essa insatisfação crônica.
É o que resta: esse eco,
Que não é por acaso que rima com cu,
Já que, dessa perda, só sai merda.
Você diria que essa minha cara, tão esperta,
Teria algo melhor pra se meter.
Não tem. Preciso do seu fantasma
Pra me mover.
Quem imaginou-me nesse ponto?
Dura muito esse desencontro,
Esse descompasso, esse perecer.
Poderia ser mais filosófico, mas não sou Adorno
Pra decorar a sua estante
Que parece ser o meu lugar.
Poderia falar, nesse instante,
O quanto sou independente e renovado,
Que não ligo pro passado,
Mas seria tudo mentira:
Aquela coisa de fingir a dor que sente
E finge somente
Pra ter um motivo pra escrever.
Existem outros, mas não ocupam
O lugar que me ocupa você.
Só lembro de Bukowski:
Amor é preconceito, porque
No meu peito, você nunca esperou
Ou lutou
(Mas conquistou)
O amor que esperava.
Amor é preconceito: você podia amar a mim,
Mas não amava.
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