quinta-feira, 1 de maio de 2014

Sombras

Não memórias - porque perseguem.
E eu, correndo, de não sei o quê:
Eu sei. Do teu rosto que assombra.
Primeiro, era terno; agora é inverno.
Segundo, era quente; agora, gelado.
Agora, distante; antes, ao meu lado.
Antes, liberdade; agora, verdade
Que entre você e eu quase tudo permanece
No passado,
Que chegue mais perto: quero ser tocado
Por tua mão em fumaça, onírica.
E te peço, por favor, não me faça
Sentir mais uma vez essa dor calada,
O câncer de uma paixão intocada.
Porque o amor me traiu, talvez de novo,
E a cada toque, era apenas fogo
Que às vezes reacende, mas prefiro a chama apagada.
Sobram só as cinzas, que não são

Memórias - porque perseguem.
E eu, correndo, sei bem do quê:
Da luz, que agora é sombra.

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