domingo, 4 de outubro de 2015

Queria ser Proust
e ter o tempo redescoberto;
mas de mim só está perto
algo que não é a memória involuntária.
Uma vontade, canalha,
de que tudo dê certo.
O signo mais incerto
que a imagem do escritor.
Amor, que rima com dor,
e que dá a esse bolor
um cheiro de quase-nada.
Uma gota de chá derramada
mistura-se com a lágrima,
que mistura-se com o mar.
Ao longe, Swann no caminho,
um sorriso no rosto que me deixa sozinho,
procurando minha mãe.
Em fuga, corro em busca
do tempo perdido da fugitiva.
Não sou eu, eu sou ela.
Saída.

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